domingo, 29 de agosto de 2010

sábado, 28 de agosto de 2010

Professores convidados do XIII Coloquio do PPGAC-2010:

Entre os dias 23 de agosto a 03 de setembro de 2010, contamos com a presenca da Profa. Dra. Maria Helena Serôdio, da Universidade de Lisboa em Missão de Trabalho do Projeto de Cooperação Internacional CAPES-FCT, coordenado pela Profa. Dra. Maria Helena Werneck.

Informamos aos colegas e alunos a sua agenda neste período e, um breve currículo.

Dia 25/8 às 17h - Encontro sobre crítica com a participação dos colaboradores da revista "Questão de Crítica" e outros pesquisadores, na Sala Multimeios da Biblioteca.

Dia 31/8 às 9.30h - Mesa de abertura e Conferência de abertura do XIII Colóquio do PPGAC-2010. Conferencia : "Redefinição do feminino no teatro hoje".

Dia 3/9 às 13h - Conferência para alunos da graduação: "A condição trágica da juventude hoje: O universo dramático de Jorge Silva Melo". (o filme António, um rapaz de Lisboa, baseado em peça a ser analisada, será exibido nos dias nos dias 31/8 e 2/9 em aulas das disciplinas TBM e DB)

Maria Helena Serôdio é investigadora do Centro de Estudos de Teatro da Univ. de Lisboa. Diretora Científica da CET-BASE. Editora das Revistas "Sinais de Cena" e "Critical Stages" (Associação Internacional de Críticos de Teatro). Crítica de teatro e autora de inúmeros estudos sobre teatro contemporâneo em Portugal, entre eles "Questionar apaixonadamente: o teatro na vida de Luiz Miguel Cintra". Ed. Cotovia

Na mesa de abertura do XIII Coloquio do PPGAC-2010, teremos também, como convidado, o Professor Dr. Luis Fernando Ramos , professor do Departamento de Artes Cênicas da Universidade de São Paulo . Pesquisador do CNPq, coordena o GIDE - Grupo de Investigação do Desempenho Espetacular - e o Programa de Pós-Graduação em Artes Cênicas da USP. É encenador, dramaturgo, crítico de teatro e documentarista. Atualmente pesquisa em torno dos conceitos de mimese e teatralidade como operadores da cena contemporânea e é atualmente , presidente da Abrace - Associação Brasileira de Pesquisa e Pós-Graduação em Artes Cênicas.

Ainda no dia 31 , à tarde , a Profa . Dra. Meran Muniz da Costa Vargens da Universidade Federal da Bahia apresentará a sua conferecia-performance , "A voz que escuta a Cidade", um dos resultados de sua pequisa de Pós-Doutorado na UNICAMP, realizada em 2009. A Profa. Meran tem mestrado em Ma In Theatre Arts Performance - University of London e doutorado em Artes Cênicas pela Universidade Federal da Bahia. Tem experiência na área de Artes, com ênfase em Interpretação Teatral, atuando principalmente nos seguintes temas: ator, expressão vocal, interpretação e expressão vocal para o ator, teatro e literatura e teatro.

quinta-feira, 26 de agosto de 2010

Exibição de filmes de Bob Wilson

Os filmes de Bob Wilson compilados por Raphael Vianna que serão apresentados no XIII Coloquio do PPGAC no dia 01 de setembro de 2010, na sala do Audio visual:

- ABSOLUTE WILSON (2006) Dirigida por Katharina Otto-Bernstein com Robert Wilson, Arnold Aronson, Robin Brentano

- The Fables de La Fontaine (registro em DVD de Espetáculo teatral dirigido por Bob Wilson)

- Orphée et Eurydice de Gluck
(Registro em DVD de Ópera dirigido por Bob Wilson )

terça-feira, 24 de agosto de 2010

Processos Formativos e Atuação Cênica – PFA

SISTEMA LABAN / BARTENIEFF E A INVESTIGAÇÃO DO JOGO CÊNICO NO CORPO DO ATOR EM FORMAÇÃO
Adriana Ferreira Bonfatti (Mestrado)
Orientadora: Profa. Dra. Elza de Andrade
Linha de Pesquisa: Processos Formativos e Atuação Cênica – PFA
Comunicação

Minha pesquisa tem como objetivo a investigação prática/teórica de uma metodologia para o treinamento corporal do ator em formação baseada no Sistema Laban/Bartenieff de Análise do Movimento e no jogo cênico. Trata-se de uma proposta que procura alcançar rigor e exigência corporal, mantendo o aspecto excitante da imprevisibilidade do jogo. O movimento e a relação entre os intérpretes criados a partir do jogo são percebidos como via de acesso e estímulo ao trabalho corporal do ator e desencadeador de processos criativos. Pretendo estabelecer relações entre as categorias do Sistema (Corpo-Esforço-Forma-Espaço) criando jogos corporais que tenham como premissa algumas especificidades do Sistema: princípios e conexões corporais da “Técnica dos Bartenieff Fundamentals”; e expansão do vocabulário corporal a partir do estudo e da exploração das qualidades, da forma e das relações espaciais do movimento. No momento, estou dando aula na disciplina Expressão Corporal II como estágio de docência e tenho trabalhado os “Padrões de Desenvolvimento e Conexões Corporais” através de um exercício intitulado “jogo de cartas”. Tenho descoberto que a ludicidade, a abstração e o acaso do jogo de cartas podem ser um caminho para estimular o aluno/ator a trabalhar o corpo na sua “presentificação”. A pesquisa vem sendo desenvolvida em 4 etapas: a) levantamento bibliográfico e leituras relacionadas ao tema; b) criação e preparação dos pressupostos físicos e técnicos da pesquisa (criação dos jogos, levantamento de objetos, músicas e textos a serem utilizados no processo; c) experimentação em sala de aula acompanhada de relatório e registro em DVD; d) construção do texto final da dissertação.

Palavras-chave: Sistema Laban/Bartenieff; jogo; formação do ator; corpo; improvisação.



CONSIDERAÇÕES SOBRE O CORPO CÔMICO: O CASO AVNER E ALÉM
Ana Carolina Carvalho Torres Barbosa (Mestrado)
Orientadora: Profa. Dra. Nara Keiserman)
Linha de pesquisa: Processos Formativos e Atuação Cênica – PFA
Comunicação

Neste projeto me proponho a investigar princípios de utilização cômica do corpo que possam servir como base para a formação do palhaço. Para tanto, parto do estudo de caso do espetáculo solo “Exceptions to the gravity”, criado por Avner Eisenberg. Este artista, de origem americana, tem um longo percurso como palhaço e como professor. Ele vem apresentando o mesmo espetáculo em diversos países do mundo há mais de trinta e cinco anos, ultrapassando com sucesso possíveis barreiras lingüísticas e culturais. Após o estudo dos antecessores e das principais influências no percurso artístico de Avner, o seu espetáculo será analisado através de três eixos principais: a criação (análise do processo de criação do espetáculo, observação das mudanças que foram feitas ao longo dos anos, discussão das relações de autoria dentro da palhaçaria); os movimentos (decupagem de números do espetáculo para através deles identificar e analisar leis do movimento que regem o corpo cômico, a partir da análise do movimento proposta por Lecoq) e a improvisação (reflexão sobre os modos de utilização da improvisação em seu espetáculo, na relação com a platéia). Pelo fato ser palhaça, além de pesquisadora, irei experimentar os princípios de utilização cômica do corpo investigados, através da criação e apresentação de um número solo de palhaçaria.

Palavras-chave: palhaço, corpo cômico, técnica, processo de criação, análise do movimento.



(RE) CRIANDO VOZES – UM ESTUDO SOBRE A COMPOSIÇÃO VOCAL NOS MUSICAIS BIOGRÁFICOS
Ana Lúcia de Alcantara Calvente (Mestrado)
Orientadora: Prof. Dra. Maria Enamar Ramos
Linha de Pesquisa: Processos Formativos e Atuação Cênica – PFA
Comunicação

Este projeto propõe a estudar a voz falada e cantada do ator no âmbito dos espetáculos musicais biográficos brasileiros contemporâneos quando o personagem a ser criado pelo ator é uma figura conhecida e de destaque da música popular brasileira, sendo por esta razão, sua voz uma forma de identificação direta com o público. Para tal propósito será investigado o processo utilizado pela atriz Soraya Ravenle para a composição da personagem Dolores Duran, no espetáculo Dolores (1998) de Fátima Valença e Douglas Dwight e o trabalho realizado pelo ator Diogo Vilela para representar o cantor Cauby Peixoto no espetáculo Cauby, cauby! (2006) de Flávio Marinho. Neste colóquio gostaria de apresentar os parâmetros para análise e comparação entre ator e personagem biografado a fim de investigar se ocorrem mudanças na voz natural do ator com o objetivo de se aproximar da voz, falada e cantada, do personagem biografado.

Palavras-chave: Teatro Musical Biográfico Brasileiro, Voz Falada, Voz cantada, criação da voz cênica da voz, parâmetros vocais para análise das vozes.



O PROJETO LUAR DE DANÇA: POR UM CORPO-DEVIR E SUAS RESSONÂNCIAS
Cláudia Petrina Leite da Silva (Doutorado)
Linha de Pesquisa: Processos Formativos e Atuação Cênica – PFA
Comunicação

O Projeto Luar de Dança criado por Rita Serpa em 1990, no município de Duque de Caxias, no Rio de Janeiro, tem atualmente cerca de 1.500 integrantes, distribuídos por vários pólos de atuação da Baixada Fluminense à zona da Leopoldina. Há 10 anos tem uma parceria estabelecida com a Itália, onde atua anualmente em várias cidades do país através da apresentação de espetáculos, aplicação de oficina e palestras sobre sua metodologia artística e formativa. A presente pesquisa tem como objetivos a análise e descrição da metodologia artístico-pedagógica e das principais criações coreográficas do Projeto Luar. Pretende também identificar como ocorre a relação arte-vida estabelecida em sua estrutura e sua capacidade de transformação e ressonância, a nível nacional e internacional. Será investigado como a metodologia de desenvolvimento do Luar vem possibilitando a construção de um caminho próprio na forma de aprendizado e criação em dança, comprometido com uma abordagem corporal isenta de fórmulas pré-estabelecidas. Verificaremos como esse processo vem sendo desenvolvido e criando vários “possíveis” dentro de inúmeras adversidades encontradas ao longo de 20 anos de trajetória, constituindo uma certa subversão do Cânone discursivo da dança estabelecida. Abordaremos também o processo de “formação de platéia” desenvolvido pelo Projeto culminando anualmente na Mostra Comunitária de Dança. Analisaremos ainda o binômio ética/estética na cena contemporânea, a função social e política do artista hoje e daqueles formados no âmbito do Projeto. A capacidade de construção coletiva através da dança, a criação de saídas artísticas singulares diante das inúmeras adversidades e o potencial de ressonância e de transformação que as inúmeras atuações do Projeto Luar vêm suscitando formam o núcleo motivador dessa pesquisa.

Palavras-chaves: dança, comunidade, social, metodologia, pedagogia.



MÚSICA COMO ARTE CÊNICA: UMA ABERTURA DISCIPLINAR
Lenine Vasconcellos de Oliveira (Doutorado)
Orientadora: Profa. Dra. Ana Maria Bulhões Carvalho
Processos Formativos e Atuação Cênica – PFA
Comunicação

Este artigo é sobre o início de uma pesquisa que discute o entendimento da Música como uma Arte Cênica, através do conceito de qualidade de presença cênica aplicado especificamente ao performer da música que participa em espetáculos teatrais. Como performer da música, inclui-se no objeto de pesquisa todo aquele que participa da produção de música na cena. Assim estão incluídos tanto os músicos profissionais presentes em cena como os atores e bailarinos que utilizam algum instrumento musical e com esse, ou com sua voz, produzem música dentro da cena. A principal questão da pesquisa é discutir como as diferentes qualidades de presença experimentadas pelo performer da música dentro de um espetáculo podem dialogar com os demais integrantes da cena teatral. Este trabalho analisa alguns possíveis desdobramentos a partir desse entendimento, como por exemplo, na proposta de diálogo e de aproximação aos estudos das performances provenientes de caminhos culturais não-ocidentais, onde a realização música através de seu performer integra o acontecimento cênico como uma de suas partes constituintes e indissociáveis. O papel da música dentro dessas performances provoca a nossa reflexão a respeito do estudo da produção sonora na cena teatral. Outro desdobramento que a pesquisa pretende, a partir do entendimento defendido, se dará na forma de uma futura proposta de reestruturação no nível formativo acadêmico, com o intuito de provocar um maior diálogo entre áreas artísticas e suas respectivas escolas de formação, contemplando uma inserção curricular de cadeiras específicas de Artes Cênicas para performers da Música, e também um maior diálogo entre os cursos formadores de Música e de Artes Cênicas, mais especificamente as escolas de formação em Teatro e Dança.




TEATRO E SURDEZ: A ENCENAÇÃO ESTÁ EM JOGO
Lidia Becker (Doutorado)
Orientadora: Profa. Dra. Maria Cristina Souza Brito
Linha de Pesquisa: Processos Formativos e Atuação Cênica – PFA
Comunicação

O homem é por princípio um ser social. Constitui-se pelo espelhamento das representações sociais. A presença do outro é o referencial a partir do qual o indivíduo ajusta a sua identidade pessoal, que pode oscilar entre a fusão com o grupo e uma forte diferenciação – gerando, no primeiro caso, o reconhecimento do grupo e, no segundo, um processo de estigmatização. O estigma gera uma profunda contradição entre a maneira de ser de um indivíduo e a que seria aceitável na comunidade onde vive, rotula como desviante o seu comportamento e subestima quaisquer outros de seus atributos. Sob a chave dos conceitos de dialogismo e polifonia de Mikhail Bakhtin pretende-se percorrer autores de áreas distintas, a saber: teatro, linguagem, saúde e educação – de forma a promover a interação dialógica entre suas categorias teóricas, objeto da presente pesquisa, para fundamentar uma experiência transdisciplinar no lidar com o estigma da surdez em que o jogo teatral se insere como perspectiva metodológica de ambiência clínica e pedagógica, em função das características que lhe são mais intrínsecas: a delimitação de um território de jogo, visto como lugar de encontro, a perspectiva de tornar tangível a distância entre o ideal e a realidade, a apropriação do ato criativo pelo estímulo à imaginação e a exigência de uma prontidão emocional, motora e cognitiva do jogador, que propicie uma atitude responsiva e dialógica. Tal como a metonímia, função de linguagem que nomeia o todo pelas partes, o estigma tem uma função reducionista. A prática do jogo teatral, em oposição, se converte em ato de liberdade porque constrói uma grande metáfora, uma representação do homem e do mundo pautada por relações solidárias e pelo direito de ter esperança.

Palavras-chave: jogo teatral, espaço, surdez, identidade, transdisciplinaridade.



O TRABALHO DE ANGEL VIANNA NA PREPARAÇÃO CORPORAL DE ATORES
Paulo Luiz de Aguiar Trajano (Mestrado)
Orientadora: Profa. Dra. Nara Keiserman
Linha de pesquisa: Processos Formativos e Atuação Cênica – PFA
Comunicação

Minha pesquisa de mestrado apresenta como objeto de estudo a preparação corporal de atores, baseada no método de conscientização do movimento e jogos corporais criado pela bailarina, coreógrafa e professora de dança, Angel Vianna. Meu objetivo é investigar princípios, especificidades e procedimentos que fazem do trabalho desta artista-pesquisadora, uma metodologia consistente na preparação corporal de atores. A fim de organizar minha pesquisa, dividirei meu estudo em três etapas, onde vou verificar de que forma os procedimentos metodológicos de Angel Vianna se fazem presente, direta ou indiretamente, em quatro espetáculos, em que ela ou eu mesmo, fizemos a preparação corporal dos atores. 1º Etapa- A partir de um registro em DVD do espetáculo “O Casamento Branco”, de Tadeusz Rozewicz, vou identificar e discutir os exercícios e jogos corporais elaborados por Angel Vianna para mobilizar o elenco durante o processo de criação. Nesta etapa eu analisarei o trabalho de Angel Vianna numa criação de que não participei. 2º Etapa- Farei uma reflexão crítica sobre o trabalho do preparador corporal, a partir da montagem do conto “O retrato”, de Gógol, dirigido por Elena Konstantinovna, onde estarei trabalhando como ator e a própria Angel Vianna estará desenvolvendo a preparação corporal. Nesta etapa eu analiso a preparação corporal como ator que experimenta o processo de criação. 3º Etapa- Farei a descrição e análise de procedimentos que desenvolvi como preparador corporal em duas montagens de “Gota d’água”, de Chico Buarque e Paulo Pontes. Nesta etapa, vou apontar a influência de Angel Vianna no meu trabalho como preparador corporal. Para o embasamento teórico de minha dissertação pretendo utilizar alguns conceitos da teoria da complexidade elaborados por Edgar Morin (contexto, relação entre o todo e as partes, multidimensionalidade, complexidade), assim como o conceito de mente corporificada dos lingüistas George Lakoff e Mark Jonhson. E ainda referenciais advindos do teatro como área de conhecimento, principalmente as noções sobre o corpo do ator conforme concebidas por Decroux, Meierhold e Grotowski, principalmente.

Palavras-chave: ator, corpo, preparação corporal, Angel Vianna, complexidade.

História e Historiografia do Teatro – HHT

DULCINA DE MORAES E A FUNDAÇÃO BRASILEIRA DE TEATRO

Alvaro Luis de Sá (Mestrado/CAPES – DEMANDA SOCIAL)
Orientadora: Profa. Dra. Maria de Lourdes Rabetti
Linha de Pesquisa: História e Historiografia do Teatro – HHT
Comunicação

Dulcina de Moraes era considerada na década de 50 “a primeira dama” do teatro nacional, convencida da necessidade de investir na profissão do ator estava convencida da necessidade de criar uma escola de teatro. Por isso no dia 7 de Julho de 1955, inaugurava oficialmente a academia Fundação Brasileira de Teatro. A FBT foi um dos empreendimentos mais arrojados feito por um profissional de teatro no Brasil. Dulcina após uma visita a Buenos Aires em 1955, onde conheceu a Casa Del Teatro, retornou ao Brasil disposta a dirigir seus esforços à formação técnica dos atores Brasileiros. Outras instituições de formação teatral já existiam no Rio de Janeiro quando os cursos da Fundação foram criados, Mas a FBT conseguiu atrair mais alunos por causa da qualidade dos seus cursos oferecidos e do corpo docente formado por nomes importantes do teatro da época. Durante treze anos seguidos a FBT funcionou no Rio de Janeiro, formando alguns dos mais importantes atores, diretores, cenógrafos e críticos que atuaram ativamente no teatro brasileiro. No final de década de 60 por causa de dificuldades financeiras, Dulcina resolveu transferir a FBT para Brasília aonde continua formando atores até hoje.

Palavras-chave: Dulcina, Escola, Formação, Profissionalização, Atores.



ASPECTOS DO TEATRO DE ANIMAÇÃO NA CIDADE DO RIO DE JANEIRO DO SÉCULO XIX

Ana Paula Brasil (Mestrado/CAPES)
Orientadora: Profa. Dra. Evelyn Furquin Lima
Linha de Pesquisa: História e Historiografia do Teatro – HHT
Comunicação

O presente artigo aborda os aspectos formais e estéticos do teatro de animação, bem como as relações com a cidade do Rio de Janeiro no que se refere aos contextos sociopolítico e espacial-geográfico do gênero teatral em questão, considerando teatro de animação como qualquer espetáculo performático no qual formas plásticas e visuais são animadas, geralmente valendo-se do uso de músicas, textos ou enredos. Incluídos nesta categoria figuram: as lanternas mágicas, espécies de projetores ópticos utilizados para contar histórias, principalmente fantasmagóricas; o bumba meu boi, proibido na cidade no decorrer do século IX; os teatros de bonecos das feiras, em especial nas comemorações do Divino Espírito Santo; as Mágicas, espetáculos teatrais que utilizavam recursos cenográficos de aparições, metamorfoses e pirotecnia; os números de ventriloquia; os espetáculos teatrais ambulantes com bonecos; o popular Theatro João Minhoca e os teatros de Guignol, implantados na cidade no período das reformas urbanísticas sob o governo do Prefeito Pereira Passos. Sob o recorte temporal do século XIX são tratadas as mudanças político e sócio econômicas da época, sua repercussão na estrutura urbanística e as conseqüências para o teatro de animação como um todo na cidade. O exame da metodologia de pesquisa é exposto por meio do tratamento das fontes primárias e secundárias e das referências de época. A partir das evidências já encontradas se apresenta um mapeamento provisório do gênero teatral de animação na cidade do Rio de Janeiro dos Oitocentos.

Palavras-chave: espaço teatral, teatro de animação, teatro de bonecos, historia do teatro brasileiro, século XIX.



O NASCIMENTO DO TEATRO BRASILEIRO MODERNO: MODERNISMO E NACIONALISMO NO PENSAMENTO DE DÉCIO DE ALMEIDA PRADO

Berilo Luigi Deiró Nosella (Doutorado)
Orientadora: Profa. Dra. Maria de Lourdes Rabetti
Linha de Pesquisa: História e Historiografia do Teatro – HHT
Comunicação

A comunicação almeja contribuir para a análise do pensamento de Décio de Almeida Prado sobre o “nascimento” do teatro nacional tendo como foco a compreensão do que ele denomina Teatro Brasileiro Moderno. Para tal, propõe-se aqui um olhar sobre pequenas “fissuras” presentes na obra historiográfica do crítico, procurando desvendar em seu pensamento traços ideológicos de certa visão “de elite”, revelando resquícios do projeto de modernização e civilização progressista da burguesia nacional do século XIX perpetuados tanto no projeto modernista paulista quanto na visão teórico-crítica de Décio de Almeida Prado.

Palavras-chave: Décio de Almeida Prado, Formação Nacional, Teatro Brasileiro Moderno, Comédia Nacional, Modernismo.




TEATRO DOS QUATRO: HERANÇAS E INFLUÊNCIAS A PARTIR DE UMA POSSÍVEL FILIAÇÃO A UM TEATRO DE TEXTO

Daniel Schenker Wajnberg (Doutorado)
Orientadora: Profa. Dra. Tania Brandão
Linha de Pesquisa: História e Historiografia do Teatro – HHT
Comunicação

A proposta central do Teatro dos Quatro – fundado e mantido por uma sociedade formada por Sergio Britto, Paulo Mamede e Mimina Roveda entre 1978 e 1993 (que, nos primeiros momentos, contou com quartos integrantes, José Ribeiro Neto e depois Dema Marques) – era bastante clara, desde o início da implantação do projeto: investir em montagens de textos renomados, que valorizassem as qualidades dramatúrgicas em detrimento de eventuais visões diretoriais que se sobrepusessem a elas, interpretadas por uma vasta galeria de atores, formada entre os profissionais mais importantes em atividade no Brasil. Nos anos iniciais do Teatro dos Quatro, os sócios enfrentaram dificuldades econômicas, tanto nos custos da reforma – que contou com projeto de Fernando Pamplona e Thompson Motta, responsáveis pela concepção de um espaço de configuração propositadamente móvel, marcado por várias possibilidades de disposição palco/platéia (italiano, arena, elisabetano) – quanto na sustentação do teatro a partir de saldos econômicos nem sempre favoráveis. Os sócios empregaram recursos próprios até conseguirem o apoio do Banco de Desenvolvimento do Rio (BDRio) e, mesmo assim, enfrentaram obstáculos, a ponto de terem interrompido a produção de espetáculos em 1981, dada a resposta financeira apenas razoável alcançada com a montagem de Os Órfãos de Janio, de Millôr Fernandes, e a insatisfatória obtida com Morte Acidental de um Anarquista, de Dario Fo. O patrocínio da Shell surgiu em 1983 e destinava-se apenas à encenação de Rei Lear, de Shakespeare, posterior a um grande marco do Teatro dos Quatro: a montagem de As Lágrimas Amargas de Petra Von Kant, de Rainer Werner Fassbinder (autor já visitado pela sociedade, com boa repercussão, em Afinal, uma Mulher de Negócios). A partir daí, a sociedade segue trajetória promissora – pelo menos até 1991, ano de O Baile de Máscaras, segunda peça de Mauro Rasi apresentada no Teatro dos Quatro (a primeira, A Cerimônia do Adeus, em 1986). Mephisto, realizada em conjunto com Miguel Falabella e José Wilker, foi a última produção da sociedade. Depois de 1993, o teatro passou a ser alugado para outras encenações, tendo sido finalmente vendido em 2007.

Palavras-Chave: Repertório, Texto, Direção, Sociedade, Refinamento



TEATRO DO ESTUDANTE DO BRASIL - UM ESTUDO DE CASO DO MOVIMENTO AMADOR NA INSTAURAÇÃO DO TEATRO BRASILEIRO MODERNO

Fabiana Siqueira Fontana (Doutorado)
Orientadora: Profa. Dra. Tania Brandão
Linha de Pesquisa: História e Historiografia do Teatro – HHT
Comunicação

Esta pesquisa pretende ampliar o debate acerca da instauração e consolidação do teatro moderno no Brasil, através de uma discussão que tem como centro a associação entre Estado, teatro, arte e cultura nacional. Para tanto, será utilizado como objeto de estudo o Teatro do Estudante do Brasil (TEB) - grupo amador criado por Paschoal Carlos Magno, em 1938, no Rio de Janeiro. Pioneiro neste processo de revisão do teatro nacional, o TEB tinha como objetivo apresentar textos cânones da literatura dramática, de tal forma a constituir-se um projeto artístico-civilizatório que visava à elevação da cultura nacional através da educação estética do povo. O que Paschoal Carlos Magno almejava era contribuir para a depuração do gosto nacional, a fim de que o contingente do país se tornasse mais refinado e apto a construir um Brasil que começava a dar os seus primeiro passos enquanto um Estado moderno, a partir da política centralizadora de Getúlio Vargas. Desta forma, o TEB foi um dos responsáveis por criar o estatuto do teatro moderno no Brasil, ao dar uma finalidade cívica à arte. Foram duas as principais contribuições técnicas deixadas como herança pelo TEB e obrigatórias para que a modernidade insurgisse no teatro nacional: a imposição da figura do diretor na nossa cena teatral, o que garantia o espetáculo enquanto unidade; e uma nova classe de atores, mais direcionada ao exercício do intérprete que compõe um personagem. Apesar desta sua importância histórica, tanto no que concerne ao teatro moderno enquanto uma estética da cena, como também a um projeto político, o TEB ainda não foi tema de uma obra que buscasse definir a sua trajetória tendo em vista o contexto cultural de sua época. A atenção que esta pesquisa reclama ao TEB é, antes de tudo, consequência do trabalho realizado no Centro de Documentação da Funarte: o tratamento de um vasto conjunto documental ainda inédito, o Acervo Paschoal Carlos Magno.

Palavras-chave: Teatro brasileiro moderno, Paschoal Carlos Magno, Teatro do Estudante do Brasil, amadorismo teatral, política cultural.



A TRAJETÓRIA DO TEATRO NO ANTIGO SUL DE MATO GROSSO OU
AS ORIGENS CONCEITUAIS DO TEATRO DE MATO GROSSO DO SUL

Fabricio Goulart Moser (Mestrado)
Orientadora: Profa. Dra. Tania Brandão
Linha de Pesquisa: História e Historiografia do Teatro – HHT
Comunicação

O Teatro de Mato Grosso do Sul adquiriu recentemente espaços fundamentais para auxiliar sua trajetória profissional. A afirmação refere-se a implementação de dois cursos públicos e inaugurais de instrução superior: o bacharelado/licenciatura em Artes Cênicas/Teatro – UFGD (2009) e a licenciatura em Artes Cênicas e Dança – UEMS (2010). Estes núcleos independentes nascem com o objetivo de qualificar agentes, ao mesmo tempo em que podem desenvolver a formação de público, apoiar a produção artística e fundamentar a reflexão sobre a teatralidade da região. Embora sejam conquistas recentes, em processo de institucionalização, o movimento teatral que simbolicamente solicita, constrói e permeia estes cursos, se manifesta na região antes mesmo da instalação do estado em 1979. Isto pode ser comprovado através de diferentes registros históricos, onde encontramos informações sobre manifestações teatrais com relevante amadurecimento quando a região era ainda o sul do antigo Mato Grosso. Neste sentido, este cenário profissional, que leva seu movimento de teatro a olhar para frente, o expandindo e o institucionalizando a nível superior, também se constrói de forma temporal reversa, fazendo com que este mesmo movimento olhe para trás, revisitando seu processo de construção. Esta segunda visão, nossa opção no momento, aponta para uma discussão conceitual sobre a origem, as influências e as apropriações deste movimento de teatro no seu processo de fixação. Acredita-se, que esta discussão só pode encontrar referências para uma resposta concreta por meio da reflexão historiográfica: é com este pacto que queremos mapear as origens conceituais do teatro sul-mato-grossense. O campo inicial de análise estará no movimento teatral ocorrido antes da formação do estado, no antigo sul de Mato Grosso. Para tanto, se passa em revista o conteúdo documental que registra a história do Teatro Brasileiro, bem como do Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, considerando suas particularidades e discursos. Como considerações iniciais, parece pertinente levar em conta que este espaço, recentemente “colonizado”, pressupõe, como operações fundamentais da construção do seu teatro, o diálogo e a troca entre as poéticas do “sertão”, das “fronteiras” e do “litoral”.

Palavras-chave: Teatro Sul-mato-grossense, Teatro Brasileiro, Crítica Teatral, História do Teatro Brasileiro, História do Brasil.



ICONOGRAFIA TEATRAL: NOVAS NARRATIVAS HISTORIOGRÁFICAS

Maria Filomena Vilela Chiaradia (Doutora)
Orientadora: Profa. Dra. Maria Helena Werneck
História e Historiografia do Teatro
Comunicação

O estudo das imagens de cena de duas companhias teatrais que atuaram na década de 1950 no gênero teatro de revista – a de Walter Pinto no Rio de Janeiro e a de Eugénio Salvador em Lisboa – insere nossa investigação em campo disciplinar ainda muito pouco explorado pela historiografia do teatro no Brasil, ou seja, a iconografia teatral. A pesquisa da tese nos trouxe a oportunidade de aprofundar o conhecimento teórico e metodológico oferecido por essa disciplina de maneira a permitir a construção de uma nova narrativa historiográfica onde o elemento visual se torna ponto central de reflexão e análise e não mais mera ilustração de um texto. Compreendemos como fotografia de cena aquela que reflete não apenas a cena em ato, mas que também dar a ver o modo de produção teatral em suas diversas etapas - ensaios, confecção de cenários e figurinos etc. Apreender o discurso visual construído na trajetória dessas imagens por seus agentes produtores desvela diferentes relações entre a produção teatral e a produção fotográfica da cena. Nessa perspectiva, além da tese propriamente dita, buscamos a experiência de outra linguagem, em CDRom, como um subproduto que se anexa a tese, mas que não a repete, dando dimensão variada ao vasto corpus iconográfico pesquisado. Desta forma foi possível explorar de maneira diferenciada alguns conjuntos fotográficos evidenciando a especificidade da cena teatral do teatro de revista e os caminhos de sua circulação. São percursos investigativos que se complementam (tese e CDRom) e buscam ampliar o escopo do objeto pesquisado.

Palavras-chave: Iconografia teatral, Fotografia de cena, Teatro de revista, Walter Pinto, Eugénio Salvador.



O TRAÇO DA CARICATURA NA CENA DA REVISTA

Maria Odette Monteiro Teixeira (Doutorado)
Orientadora: Profa. Dra. Flora Süssekind
Linha de Pesquisa: História e Historiografia do Teatro – HHT
Comunicação

A presente pesquisa investiga a relação entre a caricatura - e seus autores - e o Teatro de Revista brasileiro da primeira década do século XX até os anos 1940, período em que constam entre os dramaturgos do Teatro de Revista, os nomes dos três artistas originários do desenho de humor, notadamente: Luiz Peixoto (1889-1973), Raul Pederneiras (1874-1953) e José Carlos de Brito Cunha - ou J. Carlos (1884 - 1950). Esses artistas polivalentes, passando do desenho ao palco, retrataram com humor e inteligência a vida da cidade do Rio de Janeiro dos períodos denominados República Velha à Era Vargas. Em seus traços é possível perceber as contradições sociais daquele momento histórico. As situações que criam em suas charges permitem que se apreenda a imprecisão da imagem civilizada e organizada que as reformas urbanas da república imprimiram sobre a cidade. Essa teatralidade vista no revolvimento urbano - tanto físico quanto social - observado nas ruas do Rio já justificaria uma pesquisa. No entanto, para além dessa dramaturgia imagética existe uma dramaturgia textual testemunhando uma ligação efetiva dos caricaturistas com o universo do teatro. Após pesquisa de campo na busca desses textos, será elaborada uma análise no sentido de identificar elementos que relacionem entre si essas duas linguagens, e assim entender de que modo o suporte gráfico do desenho caricatural pôde, em algum sentido, alimentar e enriquecer a encenação. O que se quer saber é em que medida o universo plástico da caricatura e a sua tipificação do ser humano colabora na construção dos quadros do Teatro de Revista, como também se nos elementos constituidores dos caricaturais personagens do teatro de revista (chamados personagens tipo) há traços que se originariam da deformação sugerida na caricatura. O objetivo é verificar se há um deslocamento do desenho para o palco.

Estudos de Performance, discursos do corpo e da imagem – PCI

CORPO SEM MUROS: CORPO E CIDADE NAS PERFORMANCES POLÍTICAS

Andrea Maciel Garcia (Doutorado/Capes)
Orientadora: Profa. Dra. Beatriz Resende
Linha de Pesquisa: Estudos de Performance, discursos do corpo e da imagem – PCI
Comunicação

O Corpo sem Muros analisa nas intervenções urbanas contemporâneas, questões relativas aos processos de criação na Performance que convergem inevitavelmente, para um discurso do corpo e, observa a queda de fronteiras entre o corpo do performer e as tensões existentes no espaço público. Estão em foco neste estudo as dimensões interculturais das Performances (Schechner), as identidades culturais contemporâneas (Stuart Hall), as políticas da linguagem e de novas tecnologias, e a natureza ritual do corpo do artista intervindo no espaço urbano.
Partindo de uma perspectiva pós-euclidiana da relação corpo/espaço, estabeleço analogias, ecos e ressonâncias entre a figura do flâneur revisto por Walter Benjamin e a do situacionista conceituada por Debord, e as corpografias e intervenções do presente. O cruzamento das diferentes instâncias de observação da relação entre corpo e cidade - que se desdobram de uma urbanidade moderna até a ambiência da cidade contemporânea – levanta algumas perspectivas comuns para analisar a ação política do corpo em performance na cidade como: as desteritorializações (Deleuze) e errâncias (Berenstein). As performances e corpografias investigadas se estendem ainda por um vasto campo de experimentação, e apontam para uma série de vetores e agenciamentos das relações existentes entre corpo e cidade. Num primeiro momento observo os processos de subjetivação da cidade, e suas relações com as alegorias benjaminianas de ruína, multidão e flânerie. Em seguida evoco a noção de Cidade Imaterial e suas inusitadas configurações rizomaticas das micro políticas do cotidiano. E num terceiro movimento, analiso nas performances de Guilhermo Gomez-Peña e Tania Bruguera, a existência de um corpo urbano para além da cidade, com a intenção de discutir nesses processos a relação entre suas produções estéticas, e as políticas do corpo como extensão da presença do homem nas cidades.



O PALHAÇO DE FOLIA DE REIS E O DIABO FESTIVO NA AMÉRICA LATINA: REPRESENTATIVIDADE, TEATRALIDADE E RELIGIOSIDADE

Aressa Egly Rios da Silveira (Doutorado)
Orientador: José Luiz Ligiéro Coelho
Linha de Pesquisa: Estudos de Performance, discursos do corpo e da imagem – PCI
Comunicação

Esta comunicação tem como objetivo, apresentar o projeto de pesquisa que venho desenvolvendo no doutorado, iniciado em 2010. Ao longo dos sete anos de pesquisa sobre Folia de Reis, tendo como foco a figura do palhaço (personagem mascarado de aspecto cômico e grotesco, que representa os soldados do rei Herodes, que conforme relato popular e citados no Evangelho, perseguiram o Menino Jesus, encarnando os “traidores de Cristo” e por isso são associados à Judas, à Exu ou ao diabo dentro da fé popular), foi possível observar as diferentes representações simbólicas assumidas por esse personagem. Durante a pesquisa de mestrado, identificou-se dentro do universo simbólico do palhaço, uma recorrente associação à figura do diabo, feita pelos próprios foliões de Reis e palhaços em depoimentos e entrevistas. Não só em sua simbologia, mas também em sua iconografia e performance, o personagem do palhaço assume esse papel representativo do diabo. Diante dessa constatação, e após estudos realizados no Peru e na Colômbia, iniciou-se uma pesquisa sobre o tema, que resultou no projeto de doutorado, que pretende investigar e analisar, dentro do universo simbólico e representativo que o palhaço assume nas Folias de Reis brasileiras e nas festas de Reis realizadas no Peru (Bajada de Reyes) e na Colômbia (Carnaval del Diablo), aquele que diz respeito à sua associação com a figura do diabo. Nessas festas latino-americanas o personagem do diabo está profundamente enraizado na cultura popular, ele reflete o pensamento da cultura popular e é a sua síntese, assumindo um caráter festivo, sarcástico, alegre e transgressor e que traz em si a própria síntese do conflito do bem contra o mal, apresentando sagrado e profano como opostos complementares. É o diabo que subverte a própria simbologia a ele atribuída pelo cristianismo. É aquele que inverte e subverte momentaneamente a ordem social, suas hierarquias e que nos faz refletir sobre a própria condição humana. Assim, busca-se analisar a figura do diabo festivo na América, seu simbolismo, representatividade, teatralidade e sua capacidade de permear as manifestações, as culturas e as identidades, transformando-as e ressignificando-as e cumprindo assim um papel que é também social.

Palavras-chave: cultura popular, Folia de Reis, performance, palhaço, diabo festivo.



A REVOLTA SEGUNDO CAMUS

Helena de Castro Amaral Vieira (Doutorado/CAPES)
Orientador: Prof. Dr. Charles Feitosa
Linha de pesquisa: Estudos de Performance, discursos do corpo e da imagem – PCI
Comunicação

Partindo do pressuposto de que toda escolha estética tem uma dimensão política, o presente trabalho apresentará o primeiro conceito fundamental da tese: O corpo revoltado; qual seja, a de Revolta do filósofo e escritor Albert Camus, que por sua vez dialoga com a ideia de dois autores caros ao nosso trabalho: Nietzsche e a vontade de potência, e a reflexão sobre revolução de Hanna Arendt. A partir desses conceitos procuraremos problematizar a ideia política que envolve a dança contemporânea de nossos dias. O Homem Revoltado de Albert Camus marcou rompimento com a ideologia do partido comunista francês e, conseqüentemente uma longa amizade e parceria com o filósofo existencialista Jean Paul Sartre. Camus não arriscaria perder esse grande parceiro, não fosse sua certeza absoluta de que, passados alguns anos, sua tese sobre a Revolta seria reconhecida. Tomamos de empréstimo a ideia e impusemos-lhe revolta como uma consciência aguda, um “ataque” de lucidez que rompe com convenções e certezas e transforma o desejo em discurso, levando a cabo uma escrita e tornando o afeto fonte criativa e o discurso decorrente dele um marco de ruptura e autonomia. A ideia de revolução é, para nosso trabalho, algo que se opõe ao conceito que iremos trabalhar, pois revolução, ao nosso juízo, não é uma transformação. Não pensamos em revolta como conflito, guerra, heroísmo, pátria etc. Revolta aqui não é manifestação contra a ordem estabelecida, mas sim, compreensão do dissenso como fonte criativa de produção de discurso. Assim como Nietzsche a revolta de que fala Camus nada tem a ver com ressentimento. Trabalharemos revolta como um principio superabundante e de energia. Ressentimento, segundo Nietzsche, é sempre ressentimento contra si mesmo, já o revoltado, recusa-se a deixar que toquem naquilo que ele é. O revolucionário, na ideia de Nietzsche (e de certa maneira em Camus e Arendt) propõe um niilismo negativo ao afirmar os valores ocidentais modernos, baseados, ao seu ver, numa crença ingênua no progresso da ciência e na igualdade dos seres humanos.

Palavras-chave: Revolta, Dança, Política, Revolução e filosofia.




TEATRO E CIBERNÉTICA: O [DES] ENRAIZAMENTO DE SUBJETIVIDADES TRANSPOSTAS POR FLUXOS DE DADOS

Jaqueline Rodrigues de Souza Raymundo (Mestrado/FAPERJ/Bolsa Nota10)
Orientadora: Profa. Dra. Ana Teresa Jardim Reynaud
Linha de Pesquisa: Estudos de Performance, discursos do corpo e da imagem – PCI
Comunicação

Discursos recentes sobre possíveis relações entre arte e tecnologia, muitas vezes, parecem deflagrar um debate sem precedentes históricos. São leituras reducionistas e tendenciosas que articulam extremos binários – tanto uma crítica feroz, como um fetichismo de exaltação às tecnologias – que afastam possibilidades de entendimento no “fazer nascer uma obra”. Uma das percepções mais características do fazer artístico, desde meados do século XX, é a de que o “progresso” do desenvolvimento tecnológico e o avanço do domínio midiático deslocaram a posição do “homem” do centro do fazer poiético, permitindo que este fosse substituído pelas “máquinas”, como um simples usuário que se apropria utilitariamente das mesmas. Qual deveria, então, ser o papel do “artista inventor”? Nesse sentido, pretende-se trazer à reflexão o debate de algumas questões que se atravessam nos territórios do teatro e da cibernética. Embora, muitas das experimentações artísticas próximas à cibernética estejam relacionadas às artes visuais, à dança, à música etc., é nas aparentes fronteiras de instabilidade entre teatro e cibernética, nas suas complexidades e inter-relações, que fica cada vez mais latente a questão: o que é o teatro? Este estudo não tem a pretensão de dar conta de uma pergunta tão complexa, que detém uma multiplicidade [elevada ao infinito] de respostas constituídas por toda sua história. A proposta é de explorar algumas abordagens teóricas, conceituais, históricas e relacionais, que possam contribuir para uma breve visão panorâmica de relações entre arte e tecnologia, a partir da aproximação de estudos do teatro e da cibernética.

Palavras-chave: Teatro, cibernética, arte, tecnologia, digital.



AUTORIA DE BRINCANTES MASCARADOS: QUESTÕES DE IDENTIDADE NAS PERFORMANCES CARNAVALESCAS TRANSMONTANAS E MARANHENSES

Juliana Bittencourt Manhães (Doutorado)
Orientador: Prof. Dr. Zeca Ligiéro
Linha de Pesquisa: Estudos de Performance, discursos do corpo e da imagem – PCI
Comunicação

Pretendo investigar a figura do brincante (dançarino, músico e cantador) das festas carnavalescas da região Transmontana Portuguesa e do Maranhão no Brasil. Este personagem será compreendido como o criador de sua performance, sua movimentação; e será analisado, a partir do uso que faz com seu próprio corpo durante as festividades, sua formação espacial e indumentária. Através dos conceitos de potência e profanação de Agamben (2007), fortalecer a idéia de que os performers de festas populares possuem uma corporalidade autoral, autônoma, livre dos padrões formais e por isso se refazendo durante todo processo festivo. Se pensarmos nas marcas corporais permanecidas com as histórias e memórias, em confronto com as novas tecnologias, como a globalização vista através da televisão, dos rádios e a comunicação virtual, estabeleceremos novos códigos do uso do corpo. E o interesse neste artigo é encontrar novas chaves interpretativas para questões ligadas a transgressão e a identidade expressa na corporalidade desses brincantes mascarados criando interlocuções com conceitos de performance de Schechner (2003) e Turner (1974). Este brincante será observado a partir da inserção de seus gestos, no contexto da festa do carnaval, buscando interações entre as regiões e questões ligada a espetacularização da festa, a representação ganhando formas e se apropriando do lugar da “brincadeira”, do jogo necessário para o improviso do artista brincante. É necessário discursar sobre essas autorias que fogem de padrões canônicos, criando suas próprias amarrações, ou seja, tecendo seu sentido corporal, através de suas marcas autorais, suas experiências de vida. Através dos contextos históricos e sociais sobre as festividades do carnaval, com os caretos transmontanos e os fofões maranhenses, formatar uma reflexão sobre a criação autoral das suas performances. Utilizar também o conceito da “partilha do sensível” de Ranciére (2005), buscando a compreensão de como essas comunidades compartilham seus tempos festivos, suas tradições e transformações.

Palavras-chave: brincante, jogo, autoria, corpo, performance ritual.



A PERFORMANCE DA PLENITUDE E DA AUSÊNCIA

Michele Campos de Miranda (Mestrado/CAPES)
Orientador: Prof. Dr. José Luiz Ligiéro Coelho
Linha de Pesquisa: Estudos de Performance, discursos do corpo e da imagem – PCI
Comunicação

Este artigo visa observar a atuação do encenador paraense Luís Otávio Barata através de seu teatro político em Belém e de sua reclusão na cidade de São Paulo, no que denominamos respectivamente performance da plenitude e performance da ausência. O valor político da existência de Luís Otávio Barata está escancarado nas realizações e rastros que ele deixou, não apenas na sua obra artística, mas também nos movimentos que encabeçou no período de 1976 a 1998. Assim, nosso olhar parte do entendimento do homem político como uma forma de plenitude, ou seja, de atuação plena e concreta no contexto sociocultural da cidade (SENNETT, 1988). Aqui, se pretende observar o período que compreende a presença de Barata na cidade de Belém, sua produção à frente do grupo Teatro Cena Aberta – TCA, e seu protagonismo em movimentos como o que gerou a fundação do Teatro Experimental Waldemar Henrique em 1979, entre vários outros desdobramentos. O homem politizado, sem o contexto da esfera pública, ou seja, numa sociedade atomizada e marcada pelo individualismo, é um desencaixado resignado ao refugo (BAUMAN, 1998). A injunção de diversos fatores políticos levaram Barata a deixar não só a cidade, mas sua própria identidade, passando a viver, de 1999 a 2006, quando faleceu, como um performer de si mesmo, anônimo na imensidão da fuligem sampaulina. A performance da ausência é um jogo intencionalmente engajado, porém, sem estabelecer qualquer compromisso objetivo com a própria experiência, que se entende aqui não como um processo laboratorial, mas como o jogo cotidiano (SCHECHNER, 2002; HUIZINGA, 2007). O que para muitos conterrâneos parecia um ato de coragem ou loucura, entendemos como a experiência de maior maturidade de um artista, o que Said (2009) denomina “estilo tardio”, uma performance que se dá em exílio – ausência – numa sobrevivência além do aceitável e do normal, entre o presente e o que foi deixado para trás. Esta pesquisa se baseou na coleta de diversos tipos de materiais, entrevistas, e numa vivência etnográfica em campo.

Palavras-chave: Luís Otávio Barata, performance da plenitude, performance da ausência, teatro político, Belém.




ATOR E CÂMERA

Rafael Conde (Doutorado)
Linha de Pesquisa: Estudos de Performance, discursos do corpo e da imagem – PCI
Comunicação

O objetivo geral da pesquisa proposta é o estudo das dramaturgias audiovisuais contemporâneas a partir dos métodos de encenação e interrelação entre ator e câmera. O estudo toma como objeto a encenação audiovisual centrada no trabalho do ator quando moldado pelas intermediações técnicas entre “palco” e “platéia”. A pesquisa busca investigar a tese de que o contínuo desenvolvimento das tecnologias audiovisuais e o surgimento de novos dispositivos e procedimentos de realização e difusão, transformam as dramaturgias tradicionais e as técnicas de encenação para a câmera, com novas formas de preparar e construir a mise-en-scène do ator. A pesquisa coloca as seguintes questões: Diante da realidade tecnológica em constante transformação, como se trabalha a encenação do ator para a câmera? A cena expandida do audiovisual proporcionou algum impacto no ficcionar? As dramaturgias tradicionais e contemporâneas, conhecidas até aqui, estão sendo transformadas por esses novos meios e procedimentos audiovisuais? O trabalho do ator, a relação do ator com a câmera, mediada pelo universo desses meios de produção e difusão audiovisuais, transformou técnicas de direção, interpretação e construção dramatúrgica?

Palavras-chave: Ator, Teatro, Cinema, Dramaturgia, Encenação.



CORPOS EM SOMBRAS: A VISIBILIDADE NEGRA NA PRÁTICA PERFORMATIVA DO CAXAMBU

Sara Passabon Amorim (Doutorado)
Orientador: Prof. Dr. Zeca Ligiero
Linha de pesquisa: Estudos de Performance, discursos do corpo e da imagem – PCI
Comunicação

A pesquisa de doutorado, com inicio em 2010, na Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (UNIRIO) é o estudo das práticas performativas do Caxambu realizadas em comunidades afro-descendentes, no sul do Espírito Santo, de modo a verificar como essas práticas – que apresentam uma forma mista de dança de roda, música, canto e alguns princípios religiosos, marcados pela percussão de tambores – existem, persistem e são re-construídas pela comunidade e elaboradas pelo Performer, e até que ponto elas interferem e recebem interferências no processo social, individual, político e econômico na comunidade. O objeto da pesquisa se define na relação que se pode estabelecer entre a prática performativa do sujeito praticante, a se fazer visível numa sociedade contemporânea, e o Caxambu existente no sul do Espírito Santo, visto como folguedo e uma manifestação que desenvolve hábitos e costumes de uma comunidade buscando: Identificar/analisar os modos como as práticas performativas do Caxambu, enfatizam o corpo do performer como elemento motriz, de expressão artístico-estético na sociedade contemporânea. O trabalho de pesquisa é fundamentado na perspectiva da antropologia teatral de Eugênio BARBA, no “estudo do comportamento sociocultural e fisiológico do ser humano numa situação de representação”, que vai dialogar com a etnocenologia de PRADIER, que busca contemplar a universalidade das práticas espetaculares, utilizando os conceitos de práticas performativas, artes performativas, performer e pré-expressividade; o estudo também será respaldado nos estudos sobre performance, de Victor Turner e Richard Schechner que fazem a junção da arte com a antropologia, em que a ação ritualizada do drama social e do drama estético é tema de estudos e espetáculos.
Palavras-chave: corpo, caxambu, prática performativa, comunidade afro descendente, visibilidade.




A TRADIÇÃO DO GRIOT E SUA TRAJETORIA ATÉ O BRASIL: UMA BUSCA PELOS SEUS ELEMENTOS E A UTILIZAÇÃO DESSES NA PRÁTICA PERFORMÁTICA DO ATOR

Fátima Verônica Santos (Mestrado)
Orientador: Prof. Dr. José Luiz Ligiero
Linha de Pesquisa: Estudos de Performance, discursos do corpo e da imagem – PCI
Comunicação

Este projeto consiste em buscar os saberes da tradição do Griot de Burkina Faso na África Ocidental, refletindo e se apropriando de seus elementos, observando seus atributos, sua presença cênica, seu cotidiano, seu papel dentro de uma sociedade globalizada bem como seu engajamento como contador de historias. Ao investigar a trajetória do Griot até o Brasil percebe-se como sua tradição tem se tornado uma nova herança afro brasileira se fazendo presente em leis de incentivo, editais e pontos de cultura. Pretende-se abordar o universo prático e teórico do Griot, ressaltando o quanto este pode contribuir e favorecer a autonomia na criação do trabalho cênico, na presença singular e pessoal e na autoridade com a palavra integrando a atuação, a musica e a dança e valorizando a prática performática do ator.

Processos Cênicos em Educação – PCE

PEDAGOGIA TEATRAL AFRO BRASILEIRA:
UM ESTUDO SOBRE COMUNIDADES REMANESCENTES DE QUILOMBOS

Dayse Angela do Nascimento Azevedo (Mestrado/CAPES)
Orientador: Prof. Dr. Adilsom Florentino
Linha de Pesquisa: Processos Cênicos em Educação – PCE
Comunicação

O teatro como a educação encontram-se em processo de transição. Observa-se nesses dois espaços do saber, uma verdadeira busca por novos paradigmas, por elementos eficazes que contribuem na construção de uma sociedade que respeite o individuo e iguale as oportunidades levando em consideração as diferenças. O presente trabalho de pesquisa, tem como objetivo, identificar elementos de pedagogia do teatro na educação oriunda da herança africana, a partir da investigação do pedagogo teatral Grotowski, sobre os estudos das ações físicas. O foco principal são duas comunidades remanescentes de Quilombos no Estado do Rio de Janeiro, a saber: Campinho da Independência, Paraty e São José da Serra, Valença. Observa-se que o projeto de pesquisa está em consonância com o Projeto Político Pedagógico brasileiro, podendo contribuir inclusive com a formação de professores do ensino fundamental e médio sob a lei 10.639/03. Acredita-se que, tal percurso, se sustentado por diretrizes de pesquisas sócio- histórico- artístico-cultural, tornar-se-á sólido, reflexivo, democrático, acessíveis a todas as crianças, jovens e adultos no exercício da cidadania e dos direitos humanos. São atividades relacionadas às diversas manifestações e expressões artísticas de caráter lúdico, histórico, político e ritualístico, que priorizam práticas culturais e performáticas tais como: jogos, brincadeiras, festas e comemorações referentes ao dia a dia da comunidade. São vivências e relações interpessoais que envolvem a escola, o trabalho dos docentes dentro e fora da classe, os alunos, os pais e o próprio grupo comunitário.

Palavras-chave: Teatro-educação, relações, performance ator – mediador.



ICONOGRAFIA TEATRAL:
NOVAS POSSIBILIDADES PARA O ENSINO DA HISTÓRIA DO TEATRO

Mariana Silva Oliveira (Doutorado)
Orientadora: Profa. Dra. Elza de Andrade
Linha de Pesquisa: Processos Cênicos em Educação – PCE
Comunicação

A historiografia teatral, tradicionalmente focada na dramaturgia, passou a valorizar o espetáculo como tema em época mais recente. Isso impulsionou o surgimento de um novo campo de estudos especialmente relevante para o conhecimento de elementos cênicos, a iconografia teatral. A partir daí, o status das imagens de teatro sofreu uma modificação no sentido de maior autonomia: elas não servem mais apenas para ilustrar as afirmações do texto, mas como fontes tão importantes quanto os documentos escritos para a pesquisa histórica. A iconografia teatral tem se desenvolvido com força crescente principalmente nos últimos vinte anos, através da formação de grupos de pesquisa, da realização de simpósios, do lançamento de publicações e da produção de bancos de dados/imagens. Na Europa, pesquisadores tais como Martine de Rougemont (França), Robert Erenstein (Holanda), Maria Inès Aliverti (Itália) e Maria João Brilhante (Portugal) têm trabalhado nesse sentido, publicando e divulgando pesquisas baseadas em imagens. Neste artigo, pretendo, em primeiro lugar, construir um panorama das discussões acerca da nova área de estudos, de acordo com o que nos informam alguns trabalhos publicados pelos pesquisadores citados ou em homenagem a eles. Em seguida, buscarei estabelecer uma conexão entre a emergência dessa nova vertente da historiografia teatral com o levantamento de diferentes possibilidades de abordagem da história do teatro no âmbito do processo de ensino-aprendizagem, especialmente no contexto do ensino fundamental e médio. Como as imagens podem vir a auxiliar o trabalho com conteúdos históricos na disciplina de Teatro na escola? A análise de algumas obras destinadas a jovens leitores e de propostas que coloquei em prática no primeiro semestre de 2010 com alunos do 1º ano do Ensino Médio do CAp-UERJ, onde leciono, ajudarão a vislumbrar respostas possíveis para tal pergunta.

Palavras-chave: iconografia teatral, imagem, história do teatro, ensino de teatro.

Poéticas da Cena e do Texto Teatral - PCT

INSURREIÇÃO: ENTRE REPRESENTAÇÃO E PERFORMANCE

Carina Maria Guimarães Moreira (Doutorado)
Linha de Pesquisa: Poéticas da Cena e do Texto Teatral – PCT
Comunicação

O trabalho que aqui se propõe pretende trazer uma reflexão a cerca da experiência vivida pelos alunos do programa Arte, Educação e Cidadania na montagem do espetáculo Insurreição. O referido espetáculo enfoca a realidade afro-brasileira na região do Vale do Paraíba fluminense do século XIX, transformando a história de uma fuga de escravos acontecida em Vassouras, no ano de 1838, em uma trama que fala sobre a vida de africanos e afrodescendentes na diáspora. O texto dramatúrgico foi baseado no argumento do autor Flávio dos Santos Gomes em seu livro Histórias de Quilombolas, assim como em importantes obras sobre a experiência de africanos bantos no sudeste dos oitocentos, além dos processos e inventários da época, depositados no Centro de Documentação Histórica, da Fundação Educacional Severino Sombra. O exercício de montagem do referido espetáculo, tendo sido realizado com adolescentes da periferia da cidade de Barra do Piraí-RJ, em sua maioria moradores da região há gerações, em sua maioria afro-descendente, significou um resgate profundo e significativo no que se refere ao respeito ao outro e à potencialização da auto-estima, num exercício de construção de uma identidade história comumente perdida. Para realização de tal trabalho, partiu-se de uma preocupação latente com os estudos sobre a encenação e a formação de uma identidade estético-cultural e sua relação com nossa cena contemporânea. Propõe-se, a partir desta experiência cênica, voltar o olhar ao embate entre representação e performance nas teorias contemporâneas do teatro e para como estas podem frutificar numa prática que busque compreender e formular esteticamente uma identidade cultural.

Palavras-chave: Representação, Performance, Identidade Cultural, Identidade Afro-brasileira, Insurreição de 1938.



PROCEDIMENTOS DA MEMÓRIA NA DRAMATURGIA DE INVEJA DOS ANJOS

Fernando Maatz Ferreira da Costa (Mestrado)
Orientadora: Profra. Dra. Maria Helena Werneck
Linha de Pesquisa: Poéticas da Cena e do Texto Teatral – PCT
Comunicação

O projeto de pesquisa O Processo de Criação do Texto Inveja dos Anjos do Armazém Cia de Teatro tem por objetivo desvendar os procedimentos utilizados pelo atores e pelos dramaturgos para a criação do texto final do espetáculo. Nesta comunicação será abordada a etapa da pesquisa que tem a intenção de compreender como o conceito de memória e seus desdobramentos aparecem no texto Inveja dos Anjos. Para tanto, o texto supracitado será cotejado com o pensamento de autores que refletiram sobre a memória e seu uso em criações artísticas, tais como Michael Foucault e Gilles Deleuze. O uso da memória na criação será discutido a partir das referências já presentes no texto Inveja dos Anjos – buscando, assim, delimitar uma escrita cênica onde a memória, além de artifício poético, é também responsável pela estruturação da construção dramatúrgica.

Palavras-chave: Teatro Brasileiro, Armazém Cia de Teatro, Memória e Dramaturgia, Criação Dramatúrgica, Inveja dos Anjos.



A TIPOLOGIA DAS MÚSICAS NAS OFICINAS TEATRAIS
DO GRUPO TÁ NA RUA

Jussara Trindade Moreira (Doutorado/CAPES)
Orientador: Prof. Dr. José Da Costa Filho
Linha de pesquisa: Poéticas da Cena e do Texto Teatral – PCT
Comunicação

Desde o início de sua criação, o grupo Tá Na Rua desenvolve um trabalho de formação de atores paralelo às atividades propriamente artísticas. Estas oficinas podem ser descritas como um ambiente rico em estímulos - música, figurinos, adereços – com os quais é convidado a interagir livremente. O trabalho se caracteriza, grosso modo, como uma proposta de exploração lúdica do ambiente, na relação com o outro, com os objetos disponíveis, em contato permanente com estímulos musicais diversos. Ao longo do tempo, as experiências musicais advindas dessas oficinas teatrais levaram os atores do grupo e principalmente, os seus sucessivos Disk-Jockeys, à construção de um saber que, embora empírico, oferece um importante ponto de partida para a minha pesquisa. Trata-se de uma tipologia informal das músicas, em que estas são utilizadas com fins eminentemente práticos – induzir os atores a certos tipos de movimentos, formações espaciais, ao jogo coletivo etc – levando à suposição de que propriedades musicais específicas podem levar o ator, ou mesmo um coletivo, a movimentos e gestos fundamentais para o desenvolvimento da teatralidade, compreendida pelo grupo Tá Na Rua como expressividade corporal e disponibilidade para improvisar. Esta tipologia musical abrange, basicamente, “músicas para pernas e cintura”, “músicas para o peito” e “música cabeça”, numa forma de agrupamento segundo certas predominâncias rítmicas, melódico-harmônicas e formais. Acredito que o estudo desses elementos e estruturas musicais, no contexto das oficinas teatrais do Grupo Tá Na Rua, pode levar à elucidação da hipótese de que, no contexto do teatro, a música pode ser compreendida como objeto intrinsecamente teatral.

Palavras-chave: Grupo Tá Na Rua, oficina teatral, disk-jockey, música, tipologia musical.



DIAS FELIZES: REGISTROS ICONOGRÁFICOS DA CENA DE SAMUEL BECKETT

Laura Carla Franchi dos Santos (Mestrado /CAPES)
Orientadora: Profa. Dra. Maria Helena Vicente Werneck
Linha de Pesquisa: Poéticas da Cena e do Texto Teatral – PCT
Comunicação

O presente artigo pretende compartilhar a investigação iconográfica realizada para a dissertação de Mestrado “Dias Felizes: imagens do corpo feminino no teatro de Samuel Beckett”, apresentada em 2009 no PPGAC da UNIRIO, cuja pesquisa voltou-se para o estado de vigília e para o avanço da imobilidade como categorias que asseguram a corporeidade de Winnie, protagonista da peça, e que sustentam a travessia do sagrado no corpo esgotado da figura. A apresentação dessas fotografias destaca a corporeidade de Winnie e como o corpo feminino se dá nessa peça: a exibição de um corpo de mulher forte e cuidado sofre um ataque progressivo, porque não é um apagamento que se faz pela cobertura do figurino e ou pelo desvio do foco da luz, mas pelo soterramento. As imagens apresentadas alimentam a construção de uma mulher vaidosa e que leva consigo uma infinidade de objetos – vestígios de uma existência – que desencadeiam ações que ajudam o casal a passar o tempo. O artigo ressalta também a relação do corpo no espaço concebido pela cena beckettiana, que deve ser observada a partir da moldura do palco frontal, já que assume relevância na medida em que limita o cenário da peça e sublinha a visão pictórica do teatro de Beckett. Desse modo, pode-se sugerir que os limites colocados à Winnie não se encontram apenas no monte que a enterra e que impossibilita sua locomoção, mas também nos contornos da moldura que delimitam a geografia ocupada pelos personagens: um espaço de desolação total. O contato com essa pesquisa iconográfica possibilitou ainda verificar a potencialidade cênica do texto, destacando o diretor Samuel Beckett. Por fim, a exposição dessas fotografias pode suscitar questões para futuros trabalhos sobre a dramaturgia e a cena beckettianas.

Palavras-chaves: Iconografia, Fotografia, Cena, Corpo, Espaço.



DO QUARTO À CÂMERA-OLHO: PROCESSOS DE REDUÇÃO E DELIMITAÇÃO NA POÉTICA DE SAMUEL BECKETT

Michelle Nicié (Doutorado/FAPERJ/CAPES)
Orientador: Prof. Dr. José da Costa Filho
Linha de Pesquisa: Poéticas da Cena e do Texto Teatral – PCT
Comunicação

A proposta da comunicação é a de analisar e de explicitar experiências fundamentais no âmbito acadêmico (estágio-sanduíche no estrangeiro, estágio docência na Unirio) que se tornaram determinantes no que diz respeito às transformações teórico-estruturais que foram se configurando ao longo do período da pesquisa. A comunicação será dividida em três partes. Inicialmente, pretende-se traçar um panorama geral do estudo, destacando-se as principais questões, entre elas: a escolha e a delimitação do tema, a participação no seminário na Paris III, a seleção do material em bibliotecas e videotecas especializadas, o momento atual da escrita da tese propriamente dita. Num segundo momento, o foco se restringirá ao tema da comunicação, que é um recorte do tema da própria tese. Em uma de suas declarações a respeito da televisão, Beckett observa: “It’s the savage eye”. Na tradução francesa da frase, sugerida pelo próprio Beckett: “L’oeil impitoyable, l’oeil fauve” (o olho implacável, o olho fera). O que é esse olho implacável? Por que mesmo tendo à sua disposição recursos técnicos e mecânicos específicos da televisão, Beckett parece estar mais interessado e m um caráter estético particular da imagem, associado a um uso restritivo e econômico do ver? Na última parte da comunicação, propõe-se a projeção de algumas passagens de Film (1963), de Beckett, sua única experiência cinematográfica, e talvez da tele-peça, Diga Joe (Eh Joe, Dis Joe) (1965). Film é o primeiro encontro entre Beckett e a câmera. Assim como Diga Joe é a sua primeira peça para a televisão. Pretende-se apontar para a idéia de que o olho implacável é também o olho do próprio Beckett em seu desejo de reduzir, delimitar e enquadrar.

Palavras-chave: Samuel Beckett, olho implacável, imagem, percepção, Film.



POR UMA (DES)ONTOLOGIA DA DANÇA EM SUA (ETERNA) CONTEMPORANEIDADE: UMA CONFERÊNCIA DANÇADA
COM O PENSAMENTO EM PINA BAUSCH


Thereza Cristina Rocha Cardoso (Doutorado)
Orientador: Prof. Dr. José da Costa
Linha de Pesquisa: Poéticas da cena e do texto teatral – PCT
Comunicação

A presente pesquisa busca pensar em que medida a contemporaneidade presente no vocábulo dança contemporânea poderia caracterizar-se por um estado permanente de insuperável devir da dança como meio, interpondo em sua origem não a essência, uma que pudesse ser ontologicamente definida, mas a diferença. Isso nos leva a pensar a contemporaneidade da dança contemporânea por um lado, como estratégia de superação dos paradoxos da Modernidade e, por outro, como (eterna) garantia de que uma Poética da arte jamais volte a constituir-se como tal. Interroga, assim, o papel da teoria de arte, tanto histórica quanto estética, na busca por uma composição textual que se faça ela mesma eternamente contemporânea da própria arte. Para isso, pensa a produção textual como uma espécie de dramaturgia do conceito que de fato se torna cênica na tessitura do espetáculo 3 Mulheres e um Café: uma conferência dançada com o pensamento em Pina Bausch, de autoria da proponente. Nessa cena de linguagem híbrida, texto e movimento se imbricam de modo a tecer uma escritura cênica a meio caminho entre a palestra e o espetáculo de dança contemporânea. Em uma outra cena, agora a do pensamento, Pina Bausch aparece como personagem conceitual (Deleuze/Guattari) de um texto constituído antes de mais nada como uma conversa de dança. Explicitar as conexões entre duas instâncias de pesquisa, a científica e a artística, implica em fazer da tese um exercício de escrita desafiado pela hibridação entre o seu formato e a natureza (cênica) do objeto investigado. Conforme nos inspira certa filosofia:

Fazem-nos acreditar que os problemas são dados já prontos, e que desaparecem nas respostas ou na solução: por conseguinte, sob esse duplo aspecto, não passam senão de fantasmas. Fazem-nos acreditar que a atividade do pensar e, também, o verdadeiro e o falso em relação a essa atividade só começam com a busca das soluções. A verdadeira liberdade está no poder de decisão, de constituição dos próprios problemas.
Gilles Deleuze


Palavras-chave: Ontologia X Genealogia, Dramaturgia do conceito, Conferência dançada, Dança contemporânea, Diferença.

Processo e Métodos de Criação Cênica -PMC

A PRESENÇA DO ATOR CRIANDO TEATRALIDADE

Adriana Maia (Doutorado)
Orientador: Prof. Dr. Ricardo Kosovski
Linha de Pesquisa: Processo e Métodos de Criação Cênica – PMC
Comunicação

Esta comunicação pretende explorar um dos pontos fundamentais da minha tese de doutorado: a percepção da teatralidade de um texto e sua concreção em cena através do trabalho do ator. Para isto usarei o pensamento acerca de teatralidade desenvolvido por Nicolas Evreinov em seu livro, El teatro em la vida, além das idéias contidas em um dos capítulos do livro Teatro, teoria, prácticas: allá más de lás fronteras de Josete Feral que ampliou esses conceitos introduzindo a questão da recepção teatral onde o espectador é figura transformadora do acontecimento. A partir do trabalho de laboratório que venho desenvolvendo com o espetáculo A correspondência secreta vejo que a criação da teatralidade não compreende somente o estabelecimento de novos espaços, mas a incorporação como elemento fundamental do olhar do espectador que, longe de ser algo passivo, constitui a condição do emergir do fato teatral, trazendo uma modificação verdadeiramente qualitativa das relações entre os sujeitos: uma pessoa é identificada como ator, porque está representando (iniciativa do ator) e também porque o espectador lança um olhar sobre ele que o identifica como tal (a iniciativa é do espectador) e inscreve este ator em uma situação teatral (outra iniciativa do espectador).[Denis Guénoun já disse: o público autoriza o ator a atuar; o ator só está no palco porque foi convidado, por eleição da platéia.]. E para que isto aconteça é necessário que o ator esteja presente. Ou seja, conectado com espectador através do fato teatral. A abordagem dos pontos acima descritos serão objetos desta comunicação.

Palavras-chave: teatralidade, presença, relação, disponibilidade, energia.


ROSA MAGALHÃES – UMA INTERLOCUÇÃO CRIATIVA ENTRE TEATRO E CARNAVAL

André Sanches Sampaio (Mestrado)
Orientador: Prof. Dr. José Dias
Linha de Pesquisa: Processos e Métodos da Criação Cênica – PMC
Comunicação

Investigar a produção da artista plástica, professora, carnavalesca, cenógrafa e figurinista Rosa Magalhães é o objetivo da pesquisa apresentada neste texto. Construindo uma história que rompe limites nas mais diversas formas de arte, as fronteiras entre carnaval e teatro se encontram. Interligando esses dois mundos, esta artista-artesã consegue ser admirada criando uma linguagem peculiar para seus trabalhos, fruto de um leque de atividades complexas, resultante de uma postura crítica aliada a um maravilhoso instinto criador. Acredito que não é por tal ou qual método que se opta, e sim por uma prática de pesquisa que nos “toma”, no sentido de ser para nós, significativa. Por isso minha escolha, como cenógrafo, de relacionar teatro e carnaval a partir da produção de Rosa Magalhães. Construir um olhar que me permita ver por trás das aparências, ou até mesmo ver os avessos que não se revelam num primeiro instante, é um desafio. Essa construção exige que a ação investigativa escape do lugar comum e homogeneizador, possibilitando um rompimento com o instituído, contribuindo para que novas formas de fazer, pensar e aprender aflore. Olhar para os diferentes e singulares caminhos percorridos pela artista enxergando-os como possibilidades de aprendizagem, talvez façam emergir novos saberes. Até que ponto a linguagem cenográfica do carnaval afirma, nega ou amplia concepções estéticas, teóricas e técnicas da linguagem cenográfica do teatro? Como se dá o percurso de construção do seu processo criativo? Pensar o carnaval a partir do teatro, ou o teatro a partir do carnaval. Uma relação que abre horizontes de possibilidades contribuindo para investigar concepções e opções estéticas, mais próximas do que um primeiro olhar é capaz de revelar.




O ATOR E A AUTORIA

Andréa Stelzer (Doutorado)
Orientador: Prof. Dr. Walder Virgulino de Souza
Linha de pesquisa: Processos e Métodos da Criação Cênica – PMC
Comunicação

A questão do ator e da autoria está relacionada com uma prática específica e característica do teatro contemporâneo. Em que medida e por que procedimentos o ator é chamado a desempenhar a função de autor? Pode-se considerar que a construção de imagens pelo ator e suas partituras constituem um processo de escrita cênica, do que se passou a chamar de dramaturgia do ator? Afinal, qual a relação do processo de criação do ator com a dramaturgia do espetáculo? No teatro contemporâneo, o campo autoral dos atores avança para além da interpretação do texto, que deixa de ser matéria-prima da criação dando lugar à técnica, a visão de mundo e ao exercício cênico, que se tornam o vocabulário do ator. A busca de uma teatralidade pelo ator está relacionada com a escolha de técnicas específicas para sua criação. De acordo com Foucault (2002), a questão da autoria está relacionada com o sujeito e a forma como ele articula seus discursos. Agambem (2007) complementa a noção de autor de Foucault usando o conceito de dispositivo, que têm o objetivo de orientar, modelar os gestos, as condutas e opiniões dos seres vivos. O autor estaria entre o ser humano e os dispositivos. Nesta abordagem, as técnicas, para o ator, seriam como dispositivos para criação de seu discurso cênico, ou seja, de sua poética teatral. A subjetividade do ator estaria entre os dispositivos e as suas próprias experiências ao se apropriar de um discurso como resultado de uma operação complexa entre os acontecimentos e suas transformações. O ator como autor é uma forma de se pensar a dramaturgia hoje, como construção no agora, de criação de novas subjetividades.

Palavras-chave: ator, autoria, dispositivos, subjetividade, poética.




A arquitetura do simbólico: do ‘Teatro Total’ às tecnologias digitais

Carlos Eduardo Ribeiro Silveira (Doutorado)
Orientadora: Profª. Draª. Evelyn F. Werneck Lima
Linha de Pesquisa: Processos e Métodos da Criação Cênica – PMC
Comunicação

Este projeto pretende contemplar uma melhor compreensão da linguagem acerca do espaço cênico, das performances e das edificações voltadas para o teatro através dos processos de concepção do espaço no qual ocorrem as relações cena/público ou prática cênica. As propostas de maior destaque do teatro instauram novos processos, formas inovadoras de concepção espacial, repensando ou abolindo paradigmas e tradições. A linguagem da encenação teatral contemporânea é extremamente diversificada e complexa, onde não há como negar a presença das tecnologias digitais e dos espaços virtuais. Desta forma, dois estudos de caso serão pontuados: o Teatro Total (Walter Gropius), e a Sticky and Sweet Tour, da artista Madonna, com a intenção de aproximar esses espaços distintos, mas que cumprem papéis iconográficos semelhantes, cada qual ao seu tempo, e traçar paralelos sobre as espacialidades em ambos, partindo desde a área da arquitetura, da história dos espetáculos, da construção dos espaços cenográficos, até chegar às novas mídias digitais.

Palavras-chave: arquitetura, espaço cênico e cenografia; história da arquitetura; construção de espaços simbólicos/virtuais; novas mídias digitais; relação entre plateia e os signos cênicos.




AS INTERVENÇÕES CÊNICAS TRÓPICO-SURREALISTAS DE LINA BO BARDI NO FILME PRATA PALOMARES [1970]: ENTRE CINEMA, TEATRO E ARQUITETURA

Cássia Maria Fernandes Monteiro (Mestre)
Orientadora: Prof.ª Dr.ª Evelyn Furquim Werneck Lima
Linha de Pesquisa: Processos e Métodos da Construção Teatral – PMC
Comunicação

Por perceber um apagamento das realizações audiovisuais em estudos biográficos de Lina Bo Bardi [1914-1992], pretendo, neste estudo, destacar seu trabalho como arquiteta cênica, sobretudo no exercício da direção de arte para o filme Prata Palomares dirigido por André Faria Jr. [1944] no ano 1970. Agindo como um fragmento da dissertação de mestrado defendida no Programa de Pós-Graduação em Artes Cênicas da Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (PPGAC-UNIRIO) em julho de 2010, este artigo visa, portanto, constatar, a partir do Método Icono-Semiológico, a presença de conceitos do Surrealismo no trabalho de Lina Bo Bardi, bem como sua articulação com elementos do Movimento Tropicalista e suas variações como o Teatro Oficina, Cinema Novo e Marginal.

Palavras-chave: Lina Bo Bardi - Prata Palomares - Direção de Arte – Surrealismo - Tropicalismo.



O ESPAÇO CÊNICO E O EXÍLIO NOS ESPETÁCULOS DE AUGUSTO BOAL

Clara de Andrade e Souza (Mestrado /Capes)
Orientador: Prof. Dr. José Luiz Ligiéro Coelho
Linha de Pesquisa: Processos e Métodos da Criação Cênica – PMC
Comunicação

O presente artigo analisa as diferentes concepções de espaço cênico de quatro espetáculos de Augusto Boal, no período de 1965 a 1986, em que ele viveu majoritariamente no exílio. Os espetáculos analisados são: Arena Conta Zumbi, Torquemada, Murro em ponta de faca e Fedra. A partir de críticas e reportagens sobre as montagens, da pesquisa iconográfica realizada em seu acervo que se encontra na UNIRIO, e mesmo da análise dos textos dramatúrgicos, faz-se uma reflexão sobre as relações destas concepções de espaço – seja a caixa cênica, a arena ou a rua - com os diferentes países e momentos políticos vividos pelo teatrólogo. As alternâncias de espaço cênico são entendidas aqui como trajetória de seu exílio – trajetória física, política, cultural e social – e também como expressão de sua luta pela liberdade. O objetivo deste trabalho, portanto, é encontrar relações entre a trajetória espacial e artística do exílio de Boal e suas concepções de espaço cênico, como traços de sua condição enquanto homem e artista permanentemente exilado.

Palavras–chave: Augusto Boal; teatro engajado; Teatro de Arena; exílio; espaço teatral.



DESCONTROLE, SENSORES E O ATUADOR INTERATIVO

Daniel Bíscaro Loureiro (Daniel Belquer) (Mestrado / Capes)
Orientador: Prof. Dr. Ricardo Kosovski)
Linha de Pesquisa: Processos e Métodos da Criação Cênica – PMC
Comunicação

O avanço da tecnologia digital provoca um salto nas possibilidades cênicas, incluindo-se aí o trabalho do atuador. A computação física e sensores adquiríveis a um custo baixo e manipuláveis com computadores domésticos, permitem criações cênicas ainda distante de serem devidamente pensadas. A revolução provocada por essas novas tecnologias ultrapassa o impacto, à época, da inserção da iluminação cênica, entre os séculos XIX e XX. Não se trata apenas de novos aparatos incluídos na concepção cênica, mas na instauração de uma outra maneira de se pensar criativamente levando-se em conta os recursos de interatividade. Isso permite um maior grau de “descontrole” pelo atuador por colocar a seu encargo as operações de luz, som, vídeo, máquinas de fumaça, etc. integradas a seus movimentos, sons e posicionamentos previstos, sem a necessidade de manipulação direta das ferramentas. Do lado da equipe técnica, esses novos recursos forçam um maior diálogo interdisciplinar uma vez que os aspectos técnicos da encenação passam a ser integrados e, possivelmente, gerenciados por um único software eliminando por completo a questão da busca pela precisão na operação, uma vez que estes passam a funcionar de maneira automatizada disparados e manipulados pelo comando dos atuadores. Sensores de posicionamento, de deslocamentos em duas ou em três dimensões, de distância do chão, sensores de luz, de presença, de aproximação, de temperatura, spots de raios infravermelhos, máquinas de fumaça, refletores de todos os tipos, câmeras-robô, mecanismos de reconhecimento de voz, projeções interativas, todos podem ser devidamente programados para responderem a necessidades específicas da montagem convertendo-se em ferramentas artísticas que ainda superam a imaginação dos criadores. A placa de circuito integrado “Arduino” é indicada para a comunicação computador/sensores. Já o software Max Msp Jitter, é sugerido para o gerenciamento do som, da luz e do vídeo. Para estabelecermos uma metáfora: incorporamos novas palavras ao vocabulário, o que precisamos agora é aprender a escrever poesia.



CRIAÇÃO, FORMAÇÃO E TRANSMISSÃO:PROCEDIMENTOS ARTÍSTICOS/PEDAGÓGICOS DESENVOLVIDOS NO THÉÂTRE DU SOLEIL

Eduardo Vaccari (Doutorado)
Orientador: Prof. Dr. Ricardo Kosovski
Linha de Pesquisa: Processos e Métodos da Criação Cênica – PMC
Comunicação

Esta pesquisa tem por objetivo investigar os procedimentos artísticos/pedagógicos desenvolvidos no Théâtre du Soleil durante os processos de criação de seus espetáculos, para refletir sobre: o duplo papel da companhia (laboratório de pesquisas e escola); o lugar do encenador como condutor de um processo de aprendizagem; e a autoria partilhada. A percepção da existência de três eixos fundamentais que sustentam o trabalho da companhia - criação, formação e transmissão - serve como base para o desenvolvimento desta reflexão. É importante ressaltar, porém, que apesar da necessidade de isolamento destes eixos para melhor compreendê-los, não há possibilidade de pensá-los isoladamente no contexto do grupo. Afinal, é a partir da relação imbricada estabelecida entre eles que o Soleil se constrói e desenvolve seu percurso artístico. A criação dos espetáculos tem como ponto de partida uma premissa básica: o sentido de teatralidade. Todos os procedimentos utilizados nos processos de criação funcionam como alicerces para a arte da transposição - uma busca por formas que os afastem do realismo psicológico. A ideia de formação na companhia nasce também desta premissa. Por isso, no Soleil, existe o hábito de “colocar-se em escola”, que significa engajar-se em uma aventura pelas grandes formas ou pelo universo dramatúrgico dos grandes autores. Foi assim com Shakespeare, Molière, Ésquilo e Eurípedes e é assim com a commedia dell’arte, o topeng, e o bunraku, por exemplo. Já a transmissão, prática comum de integrantes e ex-integrantes interessados em dividir com outras pessoas as experiências adquiridas no interior da companhia, nasce, sem dúvida, do hábito de condução e de aprendizado compartilhado nos processos do grupo. Nestes processos, atores mais experientes conduzem os mais jovens, os mais inspirados conduzem os que se encontram em dificuldades, atores são conduzidos por grandes autores, por máscaras e por música.

Palavras-chave: Théâtre du Soleil, encenação, criação, formação, transmissão.




HÉRCULES: O OUTRO NO ESPAÇO CÊNICO

Eliane Maria Thiengo Demoraes (Doutorado/ Capes)
Orientador: Prof. Dr. Walder Gervásio Virgulino de Souza
Processos e métodos da criação cênica – PMC
Comunicação

Levando em conta a importância que o espaço cênico representa na elaboração de uma obra, apresentaremos algumas questões referentes ao tema. A presente comunicação pretende expor o tema principal da pesquisa que ora desenvolvemos em nível de doutorado: o espaço cênico na obra Fieras afemina amor, de Pedro Calderón de la Barca. Hércules se desloca de seu lugar natural, o campo. Tal deslocamento gera a questão da alteridade, pois passa a ser o estrangeiro.

Palavras chaves: Teatro Áureo, Espaço Cênico, Mitologia, Século de Ouro Espanhol, Alteridade.



EDUCAÇÃO, PRODUÇÃO E MEMÓRIA DAS ARTES CÊNICAS:OS CENTROS CULTURAIS PLANEJADOS POR
LUIZ CARLOS MENDES RIPPER

Heloisa Lyra Bulcão (Doutorado/REUNI)
Orientadora: Profa. Dra. Lidia Kosovski
Co-orientador: Prof. Dr. Aldo Victorio (PPGArtes – UERJ)
Linha de Pesquisa: Processos e Métodos da Criação Cênica – PMC
Comunicação

Luiz Carlos Mendes Ripper, além do legado deixado por sua larga atuação como cenógrafo e figurinista no teatro e no cinema brasileiros e como diretor teatral, teve importante atuação como pensador e educador para as artes, em especial as artes cênicas. Ripper, no entanto, deixou inacabados projetos de diversos centros culturais, alguns tendo chegado a níveis avançados de implementação. Nestes, sempre procurava unir as funções de apoio à produção artistica, memória da produção artística local e formação de profissionais. A presente comunicação pretende trazer à luz suas iniciativas neste campo, de forma a ilustrar a importância dada por ele à indissociabilidade entre a produção artística e a formação profissional, de forma a enriquecer e sedimentar a produção cultural própria das localidades onde atuava, trazendo sempre uma visão ampla da capacidade que a arte, incluindo aí a dita arte popular, tem de aprofundamento humano e cimentação societária.

Palavras-chave: Luiz Carlos Mendes Ripper, produção artística, memória das artes, educação para a arte, centros culturais.




A REALIDADE VIRTUAL DO TEATRO

Kenny Neoob de Carvalho Castro (Doutorado)
Orientador: Prof. Dr. José Dias
Linha de Pesquisa: Processos e Métodos da Criação Cênica – PMC
Comunicação

Artaud viveu intensamente seu trabalho. Uma visão crítica de seu tempo impulsionava-o a encontrar não uma nova forma de teatro, mas a verdadeira forma do teatro, “a realidade virtual do teatro”. O teatro seria como um plano virtual no qual evoluem personagens. Este plano se realizaria, real e materialmente, através de “estados filosóficos da matéria”. Ao ler seu livro O teatro e seu duplo precisamos cuidar para compreender o que Artaud propõe como ‘simbolismo paralelo’ ou, simplesmente, ‘duplo’.

Palavras-chave: virtual; filosofia; Deleuze; duplo; teatro.




ELES SÓ USAM BLACK OUT

Mauricio Ferreira Cardoso (Mestrado)
Orientador: Prof. Dr. José da Silva Dias
Linha de Pesquisa: Processos e Métodos da Criação Cênica – PMC
Comunicação

Entre os objetivos específicos deste trabalho, procurar-se-á, através do estudo da dramaturgia de Nelson Rodrigues buscar a compreensão do uso do efeito de luz como formatador da cena e seus múltiplos espaços e do decurso temporal, bem com analisar a maneira pela qual a luz se insere na obra de rodriguiana e seus possíveis significados. Signos e metáforas do autor e a aplicação destas na construção da cena em luz. Por comparações, entre seus diversos textos, compreender a evolução da escrita dramatúrgica do autor relacionando as mudanças e processos evolutivos da iluminação (técnicos, estéticos e dramatúrgicos) criando ou não um paralelo destas evoluções. Para auxílio neste processo outros autores, nacionais e estrangeiros, de diversos períodos serão utilizados para fins de comparação, analisando a fratura espacial criada pela iluminação, e como o autor vê esse espaço criado pela luz em sua dramaturgia e como ela se insere na dramaturgia contemporânea.

Palavras-chave: Linguagem dramatúrgica; Iluminação; Nelson Rodrigues; Escrituração de cena; Semiologia da luz.




DIDO E ENÉAS 2008:ÓPERA E TEATRO AMBIENTAL NA ENCENAÇÃO DE ANTÔNIO ARAÚJO

Menelick Pixinine de Carvalho (Mestrado/CNPq)
Orientadora: Profa. Dra. Lidia Kosovski
Linha de Pesquisa: Processos e Métodos Cênicos – PMC
Comunicação

Neste trabalho, analiso a encenação da ópera Dido e Enéas, produzida pelo Teatro Municipal de São Paulo em 2008. Realizada em comemoração pela inauguração da nova Central Técnica de Produção do TMSP, a produção não ocorre no tradicional palco de óperas, mas no interior de um galpão da nova central Chico Giacchieri. Convidado pelo diretor artístico Jamil Maluf, o encenador Antônio Araújo assina a direção cênica da montagem, utilizando os atores do Teatro da Vertigem como comparsaria. Muitas das técnicas desenvolvidas ao longo dos anos pelo Vertigem são trazidas para esta montagem, de acordo com processos de apropriação cênica de espaços não-construídos originalmente para esta finalidade. O aproveitamento de recursos e conceitos associados ao chamado “teatro ambiental” na encenação de uma ópera barroca, traz à tona a discussão sobre a teatralidade operística, onde a tradição enfrenta contemporaneamente acomodações e rupturas. O sucesso de público e crítica obtido pela montagem, que motivou a ocorrência de uma segunda temporada no mesmo ano, serve como indicativo de uma mudança de paradigma da recepção do evento operístico. Compõem a comunicação: a exibição de trechos da montagem, a leitura de trechos de entrevistas com artistas e produtores envolvidos no evento, realizadas por mim para este trabalho.

Palavras-Chave: ópera; Teatro Municipal de São Paulo; teatro ambiental; Antônio Araújo; Teatro da Vertigem.




CENOGRAFIA DE SANTA ROSA: ESPAÇO E MODERNIDADE

Niuxa Dias Drago (Doutorado/FAPERJ)
Orientadora: Profa. Dra. Evelyn Furquim Werneck Lima)
Linha de Pesquisa: Processos e Métodos de Criação Cênica – PMC
Comunicação

Esta pesquisa foi estimulada pela ausência de estudos acadêmicos sobre a cenografia de Tomás Santa Rosa Júnior (1909-1956). Apesar de ter concebido o mais famoso cenário do teatro brasileiro, o de Vestido de Noiva (1943), obra de Nelson Rodrigues dirigida por Ziembinski, considerada o marco fundador de nosso teatro moderno, sua obra não foi ainda objeto de análise acurada. Além de reunir o máximo de imagens e informações sobre os cenários, aclarando as inspirações do simbolismo, do construtivismo e do expressionismo europeus, o objetivo é estabelecer vínculos entre a cenografia de Santa Rosa e o Movimento Moderno da Arte Brasileira nas décadas de 30 a 50, buscando revelar as especificidades nacionais de seu trabalho, e também a forma criativa como ele adaptou a modernidade pictórica e arquitetônica à espacialidade do palco. Santa Rosa inaugura no Brasil a forma de trabalhar em conjunto com o diretor, criando o espaço dentro da concepção deste sobre a obra de arte teatral. Além disso, apostava na formação teórica ampla e no estudo das teorias teatrais modernas para instruir-se para a criação cenográfica. Interessa, também, notar que sua obra se constrói num período em que a arte brasileira busca seu caminho entre a vanguarda e a identidade. A modernidade brasileira ainda está para ser definitivamente sintetizada, mas parece evidente que os aspectos da tradição luso e afro-brasileiras são a chave para se entender como as vanguardas européias foram assimiladas por aqui, numa chave que inclui o “autoconhecimento” da nação. A constatação é simples quando observamos a obra pictórica de Santa Rosa, que é também pintor e nunca abandonou completamente o figurativismo. No campo da cenografia, entretanto, permanece a pergunta que buscamos responder com esta. pesquisa. Se é certo que a nova encenação trazida por Ziembinski, e os aspectos expressionistas e simbolistas da moderna dramaturgia de Nelson Rodrigues impulsionaram Santa Rosa à criação de um novo espaço cênico, construtivo e simbólico, é preciso ainda desvendar que aspectos da tradição brasileira se traduziram em sua obra, para que ela encontre seu lugar na síntese da nossa modernidade

Palavras-chave: Santa Rosa, Cenografia, Teatro Moderno, Modernidade Brasileira.



UM CAMINHO ATÉ MATTHEW BARNEY: NAUMANN, WARHOL, BEUYS

Pedro Modesto Lima (Doutorado/CAPES)
Orientadora: Profa. Dra. Lidia Kosovski
Linha de Pesquisa: Processos e Métodos da Criação Cênica – PMC
Comunicação

Comparação de elementos do trabalho do performer, artista plástico e cineasta Matthew Barney com a obra de artistas que anteciparam características de sua poética: Joseph Beuys, com a sua transformação de elementos autobiográficos em performances e instalações, Andy Warhol, com a apropriação e releitura de elementos da cultura pop nos seus filmes e quadros, e Bruce Naumann, com o uso do seu corpo como escultura e a transformação do seu atelier em set de gravação.

Palavras-chave: Performance, Cinema, Videoarte, História da Arte, Escultura.



A EXPERIÊNCIA ACADÊMICA DO PDEE – CAPES

Ramon Santana de Aguiar (Doutorado/CAPES – REUNI)
Orientadora: Profa. Dra. Evelyn Furquim Werneck Lima
Linha de Pesquisa: Processos e Métodos de Criação Cênica – PMC
Comunicação

Entre os meses de março e junho de 2010, foi realizado o estágio de doutoramento (PDEE) na Universidade de Lisboa, Portugal, Centro de Estudos de Teatro, sob a orientação da Professora Doutora Maria João Brilhante. O estágio teve como principal objetivo, realizar análises iconográficas de imagens teatrais. Ao todo, foram analisadas 51 fotografias de três espetáculos do Grupo de teatro Pagu teatro dança, objeto de tese do estagiário. Durante o período do PDEE, houve a possibilidade de participação de eventos e seminários, bem como a produção acadêmica de material para a escrita da tese.

Palavras chave: teatro, dança, imagens, iconografia.



ILUMINAÇÃO E MONTAGEM

Renato Bandeira de Gouvêa Machado (Mestrado)
Orientador: Prof. Dr. Ricardo Kosovski
Linha de Pesquisa: Processos e Métodos da Criação Cênica – PMC
Comunicação

O estudo apresentado visa trazer uma aproximação entre a iluminação cênica como instrumento articulador da narrativa teatral, focalizando na possibilidade de segmentação do espaço e modificações na continuidade linear temporal, e da montagem cinematográfica, aqui pensada como o instrumento da linguagem cinematográfica capaz de construir a narrativa a partir da colagem de fragmentos distintos. Para pensar com mais precisão, o campo de estudo foi seccionado, trazendo para o primeiro plano o drama teatral e o cinema clássico narrativo. Principal forma de veiculação do cinema, sobre o qual foi edificado o império hollywoodiano, o cinema clássico narrativo se caracteriza pelo ilusionismo. Levar o espectador para dentro do filme, tornando-o um voyer privilegiado de um mundo paralelo que se desenrola diante de seus olhos e ouvidos, imersos numa sala onde todos os seus outros sentidos encontram-se anestesiados, é a chave para a transposição do mesmo ao mundo mágico do filme. Para isso, o cinema clássico narrativo desenvolveu um mecanismo de montagem sobre o qual vamos, no estudo, nos debruçar: a chamada montagem invisível. Fazer com que a narrativa do filme se imponha às descontinuidades, não deixando que o espectador perceba as modificações de espaço e tempo é fundamental para o sucesso do filme clássico. Como a possibilidade que a iluminação traz ao teatro dramático pode ser fundamental na busca desse mesmo ilusionismo que o drama perseguiu e de que forma as descontinuidades passam a fazer parte do pacto entre o espectador do drama teatral e obra são objetos do estudo que procura pensar a iluminação teatral como um mecanismo de edição que primordialmente, não unicamente, aponta para uma construção ilusionista do teatro dramático.

Palavras chave: teatro, cinema, iluminação, montagem, descontinuidade.




O CADÁVER VIVO E O GESTO SOBERANO:UM ESTUDO SOBRE A ALEGORIA E O FRAGMENTO EM
A VIDA É SONHO DE CALDERÓN DE LA BARCA

Rosalice Koenow Pinheiro (Mestrado)
Orientador: Prof. Dr. Walder Souza
Linha de pesquisa: Processos e Métodos da Criação Cênica – PMC
Comunicação

A comunicação aborda o estágio atual da dissertação que objetiva refletir a montagem com fragmentos sob perspectivas da história e política, a partir da expressão alegórica do texto “A Vida é Sonho” de Calderón de La Barca. A análise está sendo conduzida no sentido de sua aplicação na concepção de escritura da cena teatral contemporânea. O questionamento sobre a montagem com fragmentos em suas relações com a recepção levou à busca de outros períodos históricos a fim de iluminar sua prática na atualidade. A reflexão sobre essas questões baseia-se principalmente em estudos críticos de Walter Benjamin, Michel Foucault e Giorgio Agamben que oferecem elementos ao teatro nas fronteiras difusas entre a história, a política, o direito, e a filosofia. Esses limiares acrescentam dados para observação da organização temporal e nexos entre fragmentos, e sobre a produção da corporeidade cênica, p.ex., em relações com o conceito de poder soberano. Entre esses dados encontra-se o profundo imbricamento de morte e fragmento, poder e corpo, com uma região de indecisão ou indiscernibilidade entre regra e anomia. O foco privilegiado do estudo tem sido o de circunscrever um campo de análise que permita uma aproximação do se e como essas relações alojam-se nos elementos temporais e espaciais da estrutura da cena e sua escrita, sem perder de vista o entre com a recepção. Se, e de que forma, o gesto soberano se relaciona com o cadáver vivo do barroco, na cena fragmentada atual, sinaliza a área de incerteza da busca dessa dissertação.

Palavras-chave: cena fragmentada – corporeidade – história – política – tempo.